quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Como atribuir a titularidade a um guarda-redes de futebol

O guarda-redes é o elemento da equipa com um perfil mais específico. As suas funções diferem das de todos os outros. Dentro de campo, ele tem uma tarefa deveras ingrata: ele é o único cujas falhas não podem ser colmatadas pelos colegas, a não ser em situações muito raras e específicas. Por esse motivo, para o guarda-redes, uma falha num momento crucial pode colocar em causa toda uma época.
Se é verdade que esta situação o coloca numa situação de fragilidade, não é menos verdade que isto lhe confere uma importância crucial. Por isso, a decisão do técnico ao colocar em campo este ou aquele guarda-redes é uma decisão crucial e de suma importância.
Mas, afinal, que critérios são seguidos para definir essa escolha?
Podemos apontar seis critérios especificamente técnicos, além de um sétimo critério, que tem mais a ver com o momento psicológico do guarda-redes numa determinada ocasião.
Assim, os critérios fundamentais que definem o grau de competência de um guarda-redes e que devem determinar a sua titularidade são os seguintes:

1. Rapidez de reflexos

Este é o aspeto que define, logo no início da carreira, de forma mais decisiva, o grau de competência de um guarda-redes; trata-se da rapidez inata com que o guardião reage ao percurso da bola depois de ter sido batida por um adversário na direção da baliza. O tempo de reação deve ser o mais baixo possível, como é óbvio.

2. Agilidade

De pouco valerão os reflexos se o guardião não se movimentar com agilidade na direção da bola. Esta aptidão depende muito do treino físico e da forma como ele é orientado.

3. Capacidade de liderança do setor defensivo

O guarda-redes é o elemento da equipa que se encontra mais bem posicionado para ver e analisar o comportamento dos defesas e o seu posicionamento do terreno. Por esse motivo, ele deve ser a voz de comando no posicionamento da defesa.

4. Jogo com os pés

Este é um aspeto cada vez mais importante no futebol atual; a tendência crescente para um esforço de ocupação eficaz dos espaços faz com que os jogadores tenham uma crescente necessidade de jogar com o guarda-redes. Ele deve, portanto, ser capaz de atuar como se de um “libero” se tratasse, desenvolvendo a capacidade de domínio de bola com os pés.

5. Eficácia na saída aos cruzamentos

Muitos excelentes guarda-redes revelam esta lacuna, a dificuldade de medir corretamente o tempo de saída à bola perante os cruzamentos e também o espaço a ocupar aquando dessas saídas. É muito comum que os golos surjam devido a saídas extemporâneas dos guarda-redes perante os cruzamentos, pelo que este deve ser um dos aspetos centrais do seu treino.

6. Visão de jogo na reposição da bola

Em muitas situações de jogo, o guarda-redes é o primeiro elemento a lançar o ataque; ele é também o único elemento da equipa que vê o campo todo, pelo que a capacidade de reposição rápida e eficaz da bola deve também ser um critério a ter em conta ao atribuir a titularidade a um guardião.

7. O momento psicológico do atleta

No entanto, como dissemos, a escolha do guarda-redes titular depende muito do momento psicológico do atleta; a importância da sua posição faz com que a pressão psicológica seja enorme, pelo que este aspeto acaba muitas vezes por ser determinante na escolha.
Assim, a confiança e motivação reveladas pelo atleta podem tornar-se mais importantes do que a sua competência técnica. Da mesma forma, é fundamental que o atleta mantenha uma permanente humildade e capacidade de aprendizagem de forma a nunca diminuir os índices de intensidade do treino e para que a motivação para a progressão seja permanente.